BLOGAGEM COLETIVA PELO DIA DA VISIBILIDADE TRANS*: BASTA DE TRANSFOBIA

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O dia 29 de janeiro – dia da visibilidade trans* – se aproxima, e com isso o blogue Transfeminismo, Blogueiras Feministas, Blogueiras Negras e True Love gostaríamos de convidar todos os blogues parceiros/aliados na luta contra a transfobia a participar da blogagem coletiva pelo dia da visibilidade trans*.

Como sabemos, pessoas trans* (travestis, transexuais, transgêneros e outras identidades sob o guarda-chuva trans*) sofrem diariamente violência física e psicológica, somos expulsas dos espaços públicos – principalmente banheiros – sofremos “evasão” escolar (mais precisamente, sofremos expulsão escolar como costuma dizer Berenice Bento) e não conseguimos acesso a empregos. As travestis trabalhadoras sexuais sofrem todo tipo de violência física dos policiais, que são os braços do Estado, além de estarem (não só elas como todas nós) vulneráveis ao feminicídio que atinge mulheres no geral.

Poucas políticas públicas no Brasil se destinam a melhorar o acesso à humanidade que nos é negada diariamente.

Por isso, nós que estamos em situação de vulnerabilidade extrema, precisamos muitas vezes gritar para sermos ouvidas e lançar mão de todo subterfúgio de sobrevivência.

Felizmente, mesmo contra tantos revezes, hoje há dentro do feminismo mais espaço para se discutir questões trans*. Infelizmente, no entanto, sabemos que nem todos os feminismos partilham da ideia de que mulheres trans* são mulheres, quiçá partilham da ideia que somos gente. Esses segmentos fazem coro com o resto da sociedade transfóbica que deseja nos arrancar da categoria de humanos e nos remover de qualquer projeto que promova cidadania básica.

O ciberbulling que todas nós sofremos apenas por ousarmos negar nosso desígnio ao nascer, por ousarmos ceder aos nossos desejos de viver uma vida Outra, em um gênero Outro, cresce à medida que as pautas trans* crescem nos movimentos ativistas, inclusive dentro do feminismo.

Basta de transfobia. Basta de desumanização e ridicularizarão de nossas identidades. Basta de violação de direitos humanos em prol de uma pseudoproteção de outros grupos marginalizados. Não há hierarquia de opressão. Quando conseguirmos entendermos isso claramente, então teremos as ferramentas para um feminismo de fato intersecional.


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