Empecilhos externos para o desenvolvimento digno da população trans

Por Marcelly Mekia.

As barreiras que a sociedade cria pra que sejamos empurrados pra margem é dolorosa, onde até suas próprias famílias querem ver o adoecimento mental por não entender que o diferente também é normal. E que não nascemos pra ser objeto sexual, de noite aplaudida e de dia anormal?

O que não é normal são os vários olhares de julgamento como se tivessem moral. Somos nós que enfrentamos esse processo de banalização da nossa existência onde até no IBGE se mostra presente e não reconhece minha identificação real. E na retificação nos fazem passar pelo processo de descobrir alguma doença mental.

Não querem nos ver nos jornais mas sim nas casas de custodia, esquinas e caixões e seja lá quais são suas questões, são suas e não nossas! E nada justifica a sua história baseada em livros, não de história, mas de obras literárias de 20 mil anos atrás, que só trazem dor de uma realidade social que já nem existe mais. Mas se pesquisar tem pouco tempo, em 1500 nosso povo começou a perder a paz. E essa realidade sim, existe até os dias atuais. E quem se opõe a esse sistema luta 3x mais até que se torne alvo dos que não querem que
nosso povo evolua e tirem o privilégio de julgamento dessas pessoas tão egoistas.
Mas eu prometo, por mim e pelos meus, fazer da nossa dor, força, pra que nenhuma vida cheia de talentos se vá por causa do estigma social.

Marcelly Mekia, mulher trans moradora do interior do Rio de Janeiro, atualmente é criada na Baixada do Rio de janeiro. Trancista, web designer, escritora e compositora.

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